Ceratocone é uma doença progressiva da córnea, que passa a apresentar um encurvamento irregular, podendo assumir formato de cone e levando ao aparecimento de miopia e elevado grau de astigmatismo irregular com acentuada baixa da acuidade visual. Os sintomas apresentados pelo paciente no início da doença são desconforto visual, dor de cabeça, fotofobia, baixa da acuidade visual e troca frequente das lentes dos óculos.
A doença acomete adolescentes ou adultos jovens e pode evoluir por toda a vida, embora, normalmente se estabilize após os 35 anos. Tende a ser mais comum em pacientes do sexo feminino.
Não há formas de prevenção. Como toda doença, existe uma combinação de fatores genéticos e ambientais. O tratamento da alergia associado à educação para evitar coçar ou fazer pressão nos olhos (como dormir de bruços) pode evitar a progressão da doença. Retirar esse estímulo reduz a gravidade da doença.
Os óculos são a primeira opção para melhorar a visão, sendo as lentes de contato especiais indicadas quando a correção não é satisfatória. Entretanto, mesmo com boa visão, o acompanhamento deve ser feito por exames complementares para verificar se há progressão da doença.
No caso de progressão da doença, comprovada pela piora da visão, troca frequente de óculos, progressão nas medidas topográficas e diminuição da espessuracorneana, deve-se efetuar o tratamento, que consiste em crosslink e/ou implante do anel intracorneano, o que precede eventualmente o transplante de córnea. Quanto mais precoce o tratamento, desde que haja progressão, melhores são os resultados visuais.
Os tratamentos disponíveis, seguros e eficazes, quando a doença se encontra em progressão, são os anéis intracorneanos, porque se o cone estiver estável pode se colocar lentes de contato antes do anel.
A Sociedade Brasileira de
Oftalmologia aproveita a passagem do dia 9 de novembro para realizar a Campanha
Nacional de Ceratocone, com o objetivo de conscientizar a população sobre a
doença, que se não for diagnosticada precocemente e tratada pode levar à
necessidade de um transplante de córnea.
A doença atinge uma em cada duas mil pessoas,
sendo a principal causa de transplantes de córnea no Brasil – entre os mais de
23 mil transplantes realizados por ano, mais de 13 mil são de córnea.
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