Do portal: www.diarioweb.com.br
Olhos ardidos, sensação de areia e incômodo nos olhos têm motivado cerca de 80% das consultas aos consultórios oftalmológicos de Rio Preto. Especialmente nos últimos dias, devido à presença do tempo seco e da falta de umidade no ar. Segundo a oftalmologista Thaíssa Faloppa Duarte, especialistas em pálpebras e vias lacrimais, a baixa umidade do ar provoca o aumento de problemas com o filme lacrimal em pessoas já predispostas a dificuldades visuais.
“Em geral, o que leva a esta situação pode ser a qualidade da lágrima mesmo, que é ruim, ou ainda o efeito colateral pelo uso de fármacos como antidepressivos, anti-hipertensivos, antiparkinsonianos, entre outras drogas que afetam a qualidade do filme lacrimal”, diz.
A médica observa ainda que outros fatores influenciam na maior irritação dos olhos durante o inverno, como por exemplo a permanência prolongada em ambientes com ar condicionado e ficar em frente a telas de computador e televisão. A falta de lubrificação ocorre quando se fica muito tempo sem piscar, assim “injeta-se” menos lágrima nos olhos, ou por alguma patologia que leva ao ressecamento e à irritação.
“Em casos mais graves, a falta de diagnóstico e tratamento pode levar ao aparecimento de úlceras de córnea, ceratite e até mesmo ao transplante das glândulas salivares”, diz Thaíssa. Vítima do tempo seco, a gerente Silmara Souza, 39 anos, de Rio Preto, conta que esta é a pior época do ano para suas vistas. “Meus olhos vivem irritados e estou sempre pingando um lubrificante. No fim de semana, sinto uma sensível melhora. Acredito que o ar condicionado potencializa a sensação de secura nos olhos”, diz.
Poluição no ar contribui para irritação
A oftalmologista Amaryllis Avakian, membro do corpo clínico do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, observa que o fato da pessoa ficar com os olhos vermelhos, começar a apresentar visão borrada, além de irritação, ardência e sensação de areia nos olhos está muito associado também à maior concentração da poluição do ar.
No Brasil, estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas sofrem com a Síndrome do Olho Seco, a segunda maior causa de atendimento nos consultórios oftalmológicos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população sofre das alterações, mas apesar disso ainda é um problema de difícil diagnóstico, já que pode ser confundido com outras condições, como infecções e alergias simples.
A médica explica que, apesar disso, é no inverno que o ar seco fica mais presente, dificultando a lubrificação adequada dos olhos. “Com isso diminui a quantidade de lágrimas e faz com que algumas pessoas, que usam lentes de contato, por exemplo, sintam a lente como um corpo estranho nos olhos.”
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