Do Porta da Oftalmologia
Prática crescente no mundo, a Cirurgia Plástica Ocular vem ganhando
novos adeptos interessados em retirar pequenos “excessos de pele” que vão se acumulando abaixo dos olhos ao longo da vida
A região dos olhos, geralmente, é uma das primeiras a apresentar sinais de envelhecimento, pois os tecidos são muito finos e geralmente as pessoas pecam na ausência de fotoproteção, isto é, no uso de óculos escuros para proteger os olhos dos raios ultravioletas. Fatores genéticos também contribuem para uma constituição facial que pode tornar mais evidentes tais alterações.
Uma especialidade da oftalmologia que lida com esse tipo de anormalidades é a Cirurgia Plástica Ocular. De acordo com a oftalmologista Ana Karina Teles, uma das três especialistas em Pernambuco na área, a técnica é adequada em casos de alterações palpebrais, nas vias lacrimais ou na órbita, a exemplo da ptose (pálpebras caídas), bolsas de gordura, rugas perioculares, malformações congênitas, como coloboma, ectrópio, blefarofimose, lacrimejamento por obstrução das vias lacrimais, além de danos pós-acidentes (fraturas e cicatrizes inestéticas) e tumores palpebrais.
Segundo Ana Karina, em muitos casos pode-se considerar uma cirurgia plástica ocular reconstrutiva quando não se prioriza o aspecto estético: “Em casos de acidentes com laceração das pálpebras, onde o globo ocular fica exposto, o cirurgião oculoplástico irá primordialmente reconstruir as pálpebras com a finalidade de proteção ocular, e só depois o fator cosmético vai ser levado em consideração”.
Outro exemplo acontece quando existe a presença de um tumor maligno nas pálpebras ou na órbita. “O cirurgião irá remover o tumor com a intenção primária de curar o paciente da neoplasia, e o aspecto estético vai ser observado somente após a sua remoção”, explica Ana Karina que atende casos graves, como tumores e adaptação de próteses oculares.
Incômodos
Nos casos em que há apenas o desconforto estético não reconstrutivo, o paciente procura a cirurgia plástica ocular para melhorar pequenos incômodos estéticos nas pálpebras, rugas na região periocular, ou até mesmo para retirar tumorações benignas nas cavidades.
“Quem mais procura esse tipo de procedimento são, em geral, mulheres entre 40 e 50 anos. Mas os homens também têm procurado bastante se cuidar e buscam cada vez mais as blefaroplastias e os liftings de supercílio, assim como as aplicações de botox”, revela Ana Karina.
De acordo com a oftalmologista, normalmente, as cirurgias estéticas não interferem negativamente na visão, podendo até melhorar o campo visual do paciente: “Sem falar no alívio de certo peso nas pálpebras, que os pacientes descrevem após a intervenção”, diz.
Vale destacar que ainda há poucos profissionais devidamente treinados na área, embora a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO) exista desde 1979. Por isso, Ana Karina recomenda que o paciente procure oftalmologistas com treinamento específico na especialidade.
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