Do portal: www.ppagina.com.br
O diabetes é uma das principais causas de perda de visão antes dos 65 anos. Assim que a pessoa se torna diabética, os problemas de visão podem ter início a qualquer momento. Daí a importância de um acompanhamento oftalmológico regular. “Como o comprometimento da retina pode ser assintomático, sem alterações na qualidade da visão, o exame de fundo de olho é fundamental para detectar pontos e vasos sanguíneos propensos a romper e desencadear hemorragia”, diz Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.
Na opinião do médico, o problema central é a falta de circulação adequada causada pelo diabetes – que pode afetar todas as partes do olho, mas na grande maioria dos casos acaba afetando a retina. “A doença está associada às mudanças que ocorrem na retina, em seus vários estágios. Inicialmente, costumam ocorrer algumas poucas hemorragias de pequeno porte. Também detectamos alguns depósitos de gordura e o engrossamento dos vasos sanguíneos. Nessa fase, muita gente nem se dá conta de que se trata de uma complicação do diabetes. Por isso, é importante que o diabético visite um oftalmologista pelo menos uma vez por ano”.
Pacientes com microaneurismas ou rompimento de capilares são os candidatos mais indicados ao tratamento de fotocoagulação a laser. “Esse tratamento específico para ‘secar’ os vasinhos que podem comprometer a visão do diabético apresenta mais de 50% de sucesso, desacelerando o agravamento do quadro. As aplicações são realizadas em consultório, utilizando-se colírio anestésico. São indolores e o intervalo entre elas varia de paciente para paciente”, diz o especialista.
Neves afirma que, num estágio mais avançado, com o empobrecimento da circulação do sangue, pode haver o comprometimento da mácula – parte central da visão – ou ainda o desenvolvimento da retinopatia diabética proliferativa (RDP). Nesse caso, os riscos de perder a visão são ainda maiores, sendo que o tratamento a laser é um dos poucos recursos disponíveis para controlar a neovascularização que costuma ocorrer nessas situações. “A RDP geralmente é diagnosticada em pessoas que apresentam retinopatia diabética em estágio avançado, podendo levar à isquemia da retina – condição em que a irrigação e oxigenação são insuficientes ou nulas. Em casos muito graves, somente uma cirurgia para a substituição do vítreo (vitrectomia) oferece alguma esperança de o paciente voltar a enxergar”.
Comments