Em recente pesquisa realizada pela USP e Unicamp foi desenvolvida uma ferramenta que utiliza inteligência artificial (IA) capaz de detectar o glaucoma. O diagnóstico da doença é complexo e requer vários exames. Além disso, é assintomática em seu estágio inicial. Com a IA a detecção será mais rápida e precisa.
O sistema funciona analisando um grande volume de dados fornecidos pelos exames de pacientes com suspeita da doença. Após processar essas informações, a máquina pode determinar se o caso é ou não uma suspeita de glaucoma. O objetivo é fornecer auxílio aos médicos da área no diagnóstico do glaucoma. No longo prazo, o cenário poderá se configurar com esse tipo de ajuda tecnológica em vários pontos de atendimento, fazendo o encaminhamento ao médico especialista em seguida.
Visando reduzir a taxa de erros em diagnósticos, a inteligência foi desenvolvida com um método chamado ‘aprendizagem supervisionada’. O algoritmo foi alimentado com dados clínicos, ou seja, as características de alguém que têm ou não têm glaucoma, e ele faz o diagnóstico positivo ou negativo. O sistema então usa as informações iniciais para analisar novos dados, e assim vai aperfeiçoando o processo.”
Os dados utilizados são obtidos a partir dos exames de campo visual e tomografia de coerência óptica, sendo este último usado para verificar a espessura da fibra nervosa óptica, dado fundamental para o diagnóstico. Baseado nesses exames, o sistema tem uma chance maior de acertar o diagnóstico.
O glaucoma afeta 2% da população mundial com mais de 40 anos. No Brasil, esse número soma mais de 40 mil pessoas, e 33% dos pacientes que buscam tratamento para a doença já estão em estágio avançado, em que a doença causa a cegueira.
O próximo passo para a pesquisa é a interpretação de imagens por essa inteligência artificial. Mesmo assim, a presença do profissional se faz essencial. O sistema tem como objetivo auxiliar o médico e não substituí-lo.
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