A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que entre 2020 e 2050 a alta miopia cresça 89% no Brasil e 49% no restante do mundo. A pandemia de coronavírus pode estar fazendo o Brasil superar esta estimativa com base em dados que mostram que os atendimentos de crianças com miopia na rede pública hospitalar aumentaram 39% neste período. Isso está relacionado a muitas horas com os olhos grudados em telas digitais, provocando miopia acomodativa, uma dificuldade temporária de enxergar à distância. Outra causa é a falta de exposição ao sol. Um estudo inglês realizado com 3 mil adolescentes revela a prevalência 25% menor de miopia entre os que ficam mais tempo ao ar livre.
Os vícios de refração – miopia, hipermetropia e astigmatismo – sem correção respondem por mais de 50% das deficiências visuais no Brasil segundo a OMS. Em parte, esta falta de correção está relacionada à ausência de acompanhamento médico e em parte à vaidade. A miopia e a presbiopia são os problemas de refração que mais crescem no País. Os prontuários mostram que quatro em cada 10 mulheres não gostam de usar óculos.
A cirurgia
O laser pode corrigir graus leves e moderados de vícios refrativos, remodelando a córnea. Nos últimos anos a precisão do laser evoluiu muito e a técnica se tornou menos invasiva.
Presbiopia
O laser também pode corrigir simultaneamente a presbiopia. Quem nunca viu um míope com mais de 45 anos tirar os óculos para ler? Isso acontece porque a partir desta idade surge a presbiopia ou vista cansada que diminui a visão de perto. Sem a correção da miopia a visão proximal melhora, explica. Por isso, a correção cirúrgica simultânea da miopia e presbiopia deixam um olho do paciente com algum grau de miopia e o cérebro se encarrega de tornar nítidas as imagens de perto e de longe. Esta técnica, conhecida como monovisão, não é nova, mas com certeza, hoje é mais precisa. A boa notícia é que a ANVISA recentemente aprovou uma nova lente intraocular que é implantada no olho sem a retida do cristalino. O implante corrige até 20 graus de miopia, 10 de hipermetropia e 6 de astigmatismo. A lente é implantada entre a íris, parte colorida do olho e o cristalino. Há evidências de que pode reduzir a cegueira causada por descolamento da retina mais frequente na alta miopia. Uma metanálise da Cochrane mostra que este implante é mais seguro que usar lente de contato. A cirurgia só pode ser feita em grau estabilizado, é contraindicada em olhos com glaucoma, câmara posterior rasa, alterações na córnea ou retina.
Com informações do CBO | imagem: O Globo
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