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Olhos vermelhos, irritados ou com sensação de ardor? Você pode ser portador da Síndrome dos Olhos Se

Do portal: sites.uai.com.br

Na música Lágrimas e Tormentos, gravada pela brasileira Marisa Monte, a cantora celebra o fim da sua dor ao dizer que suas lágrimas secaram e seus tormentos terminaram. Se interpretada ao pé da letra, a canção demonstra que quando finalmente conseguiu parar de chorar, a personagem da música encontrou a felicidade. Afinal, no imaginário popular, as lágrimas são muito mais uma ferramenta de escape das emoções que um hidratante para os olhos. Elas representam, para a maioria das pessoas, uma resposta imediata ao choro ou a gargalhada. Quase nunca são vistas como um privilégio. Mas para Ana Lúcia Ferreira, de 60 anos, conseguir produzir lágrimas naturalmente seria um grande presente.

Desde que tinha 34 anos, Ana Lúcia é portadora da Síndrome dos Olhos Secos. A doença surge quando há algum problema na produção de lágrimas ou nas suas características de origem, alterando assim sua qualidade. O fenômeno causa ressecamento na superfície do olho, na córnea e na conjuntiva e, se não tratado, pode levar à perda da visão. Ela descobriu que sofria da doença quando tratava um problema de hipotireoidismo. Ana Lúcia passou a enxergar com dificuldade e por isso consultou um oftalmologista. Desde então, faz o tratamento diário com o uso de colírio lubrificante.

“Às vezes, tenho a impressão de ter areia nos olhos. Eles ficam vermelhos, geralmente ardem um pouco, mas só quando esqueço de pingar o colírio”, diz. A cada duas horas, ela precisa usar o remédio, mas apesar disso, afirma que a rotina não a deixa abalada. “Não sou de me abater com doença. Temos que enfrentar o que aparecer em nosso caminho e seguir em frente, ao invés de ficar chorando”, ressalta.

O Dr. José Álvaro Pereira Gomes, médico oftalmologista e presidente científico da APÓS (Associação Brasileira de Portadores de Olho Seco), explica que os sintomas relatados por Ana Lúcia estão entre os principais da doença e a pessoa que apresentar qualquer um destes sinais deve procurar imediatamente um médico. “Geralmente, quem sente ardência nos olhos tem duas atitudes: ir à farmácia e pedir um colírio ou ir a um médico. A receita de um colírio incompatível com o problema pode piorar o quadro e aumentar os sintomas. Somente um médico oftalmologista poderá fazer o diagnóstico correto”, alerta.

Além do olho seco por deficiência aquosa, que é o caso de Ana Lúcia, existe também o olho seco evaporativo. O primeiro está ligado a doenças sistêmicas e autoimunes e é caracterizado pela disfunção na qualidade e quantidade do filme lacrimal. Este último acontece quando há aumento da perda do filme lacrimal por evaporação, e pode surgir em diversas situações do cotidiano, seja por conta do ar condicionado, da poluição ou da exposição frequente em frente à TV e ao computador.

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