Junho Violeta é uma campanha que tem como objetivo a prevenção do ceratocone, doença caracterizada pelo encurvamento e afinamento progressivos da córnea, tendo como um dos fatores associados o hábito frequente de coçar ou esfregar os olhos. Trata-se de uma doença congênita que acomete até 3% da população mundial e pode levar ao desenvolvimento de altos graus de astigmatismo e miopia, comprometendo a visão.
O problema pode estar relacionado a mudanças físicas e bioquímicas no tecido corneano. É preciso considerar que 30% dos pacientes têm alergia ocular, o que aumenta a coceira nos olhos. A córnea tem, normalmente, um formato quase esférico. Com ceratocone, há sofre uma deformação progressiva, com sua resistência e elasticidade alteradas, deixando-a mais fina e com formato cônico, por isso, o nome da doença.
Esta campanha tem
grande importância porque muitos pacientes não percebem o ceratocone em seu
início, quando a córnea começa a se curvar, reforçando a mensagem sobre a necessidade
de ir a uma consulta com o oftalmologista, pelo menos, uma vez por ano.
Dependendo do estágio da doença, é possível ter
mais sucesso no tratamento. Na fase inicial, a visão pode ser corrigida com o
uso de óculos. No estágio moderado, com o uso de lentes de contato específicas ou
com o implante de anel intracorneano, no caso de intolerância às lentes. Outra
opção de tratamento é o crosslinking, uso de colírio de vitamina B2 associado à
luz UVA emitida por uma fonte, aumentando a ligação das fibras de colágeno da
córnea, o que a enrijece, evitando a progressão da doença. Nas etapas
mais avançadas, o tratamento baseia-se no transplante de córnea, que é a cura
definitiva para o ceratocone.
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