Estudos da Associação Brasileira de Portadores de Olho Seco (APOS) indicam que a redução da produção de lágrimas é uma consequência natural do envelhecimento. A lágrima tem a função de lubrificar e nutrir a superfície ocular, colaborando na captação do oxigênio do ar para a córnea, além de regenerar de lesões nos olhos e proteger da ação de bactérias e partículas de poeira. De acordo com o oftalmologista Luiz Fernando Paiva, do Instituto de Olhos Covis Paiva, localizado no bairro da Boa Vista, centro do Recife, 90% dos casos da síndrome do olho seco estão ligados à terceira idade. “É uma situação onde existe uma alteração provocada pela mudança hormonal do corpo”. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), aos 65 anos uma pessoa produz 60% menos lágrimas do que aos 18. A prevalência é maior no sexo feminino e o problema é agravado na menopausa devido às mudanças hormonais. Estudo realizado por médicos de Boston, nos Estados Unidos, concluiu que mulheres na pós-menopausa que tomaram estrógeno (hormônio feminino) têm 70% a mais de chances de desenvolver a chamada síndrome do olho seco do que as outras que nunca tomaram o hormônio. Entre as que não fizeram uso do estrógeno, as chances eram de 30%. Os sintomas da síndrome do olho seco são ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado.
Tratamentos e causas
Segundo o oftalmologista, 90% dos casos da síndrome do olho seco podem ser tratados com uso de colírios de lágrima artificial e outros tratamentos clínicos. “Em casos mais graves em que não há produção de lágrima, uma das soluções é o transplante da glândula salivar”, explica Paiva. A exposição em excesso à televisão, computador, poluição, medicamentos (anti-histamínicos, anti-hipertensivos e antidepressivos), o uso incorreto de lentes de contato e traumas (queimaduras térmica e química) também são relacionados como causas da doença, que atinge a quase 20 milhões de pessoas no Brasil.
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