Do site MED Center
Olho vermelho, dor e sensibilidade à luz são alguns dos sintomas da doença, que é difícil de ser diagnosticada
Doença inflamatória ocular de difícil diagnóstico, a uveíte pode afetar parcial ou completamente a úvea (camada vascular do olho), comprometendo a visão. “A uveíte é classificada em anterior, intermediária e posterior, conforme o segmento ocular em que o distúrbio se manifesta, e pode ocorrer em apenas um ou nos dois olhos simultaneamente”, explica a oftalmologista e especialista em retina, Ana Paula Teles.
Vermelhidão (hiperemia), sensibilidade à luz (fotofobia), dor, visão embaçada e percepção visual de pequenos pontos escuros que se movimentam (moscas volantes) são sintomas da uveíte, confundida frequentemente com conjuntivite. “Como essas duas doenças apresentam um quadro parecido, é importante estabelecer logo o diagnóstico diferencial, pois uma uveíte não tratada pode afetar a visão definitivamente”, alerta Ana Paula. Dentre as complicações causadas pela doença, estão o glaucoma, a catarata e o descolamento de retina.
A causa de grande parte das uveítes não é conhecida. Entretanto, quando é possível determiná-la, geralmente está associada à infecção por vírus, bactérias e um protozoário conhecido como Toxoplasma gondii, encontrado em alimentos e água contaminados.
Portadores de doenças sistêmicas como lúpus, artrite reumatóide e espondilite anquilosante, ou que estejam com a imunidade em baixa também podem apresentar uveíte. Além desses casos, pessoas com neoplasias, em tratamento quimioterápico ou com infecções sistêmicas (HIV, tuberculose, hanseníase, etc.) apresentam quadros graves, necessitando de tratamento prolongado com medicações intravenosas. “O tratamento nem sempre é feito apenas com colírios, como em outras afecções oculares. Não podemos perder tempo em casos tão severos, ou o prognóstico pode ser ruim”, ressalta Ana Paula.
Crianças
Do nascimento até a velhice, a uveíte pode aparecer em qualquer idade e em ambos os sexos. No entanto, identificar essa enfermidade em crianças é ainda mais difícil, pois elas não reconhecem os sintomas. “Nas crianças, a doença pode se tornar crônica, deixando sequelas”, pontua Ana Paula.
Dentre as recomendações feitas pela especialista, é importante não se automedicar caso os olhos estejam vermelhos e doloridos. “Uma vez que a uveíte tenha sido diagnosticada, deve-se determinar a causa para que se inicie o tratamento mais adequado”.
Comments