Conhecida popularmente como cegueira noturna, a nictalopia é caracterizada pela incapacidade ou dificuldade de enxergar em ambientes com pouca luz e ocorre em função de um distúrbio nos bastonetes da retina, células responsáveis por auxiliar a enxergar em zonas com baixa iluminação. De acordo com a oftalmologista Janaína Costa, do Instituto de Olhos Clovis Paiva, na Boa Vista, zona central do Recife, os pacientes têm a sensação de enxergar por meio de um binóculo, com uma visão tubular: “Eles apresentam dificuldade em realizar atividades cotidianas normais, como dirigir à noite, circular com segurança por ambientes com iluminação baixa, ler ou até ver as estrelas”.
Segundo a especialista, a cegueira noturna não é uma doença, mas um sinal que indica a presença de outros problemas oftalmológicos, entre elas a catarata em seus sintomas iniciais. “Comum em pessoas acima dos 60 anos, é uma lesão ocular que atinge e torna opaco o cristalino, lente natural dos olhos, comprometendo a visão”. Quase sempre associada à cegueira noturna, a miopia também é uma condição em que o comprimento focal, da córnea até a retina, é maior do que o exigido para o foco de uma imagem. “A visão de perto é muito boa, mas a de longe fica embaçada. Geralmente, para efeito de tratamento, são receitados óculos de grau ou adaptadas lentes de contato para compensar o erro de refração”, explica.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a causa mais comum da cegueira noturna é a retinose pigmentar ou retinose pigmentosa. “É uma doença de origem genética que afeta a retina, levando à destruição gradativa das células e fotorreceptores retinianos, células sensíveis á luz”, afirma. “Até o momento, ainda não existe um tratamento específico para a retinose pigmentar. Nesse caso, é fundamental o acompanhamento com especialista para realizar a reabilitação visual”, completa a oftalmologista do Instituto de Olhos Clovis Paiva.
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