Do portal: www.diarioweb.com.br
O ceratocone é uma doença deformativa da córnea, que é responsável por um dos maiores índices de cegueira na população. Ela faz com que a córnea assuma a forma cônica. O problema afeta de 20 a 230 pessoas a cada 100 mil, mesmo assim, nem sempre é diagnosticada no início, uma vez que o principal sintoma é a baixa qualidade da visão, que pode ser resolvida num primeiro momento com o uso de óculos.
Segundo especialistas, a doença é mais comum em pessoas alérgicas e em homens, e tem caráter hereditário. Muito embora também já se sabe que pode estar associada a doenças atópicas, sistêmicas, ou com o uso prolongado de lentes de contato e doenças do colágeno. Em artigo publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia, um estudo feito pelo oftalmologista Wesley de Paula Duque e outros três colegas aponta o êxito de 93% no controle da doença.
Eles acompanharam 54 portadores do ceratocone, atendidos no Ambulatório de Lente de Contato da Faculdade de Medicina do ABC e que fizeram uso de lentes de contato rígidas gás-permeável (LCRGP), lentes Soper (com desenho bicurvo), lentes “piggyback” (rígida) e lente de contato hidrofílica apropriada para ceratocone.
A conclusão do trabalho é que, uma vez bem indicada, a lente, em casos em que o ceratocone é diagnosticado na fase inicial, é mais fácil fazer a correção e o controle da doença apenas com lentes Com eles concorda o oftalmologista Marcelo Mendonça, de Rio Preto, que explica que algumas doenças que não podem ser evitadas ao se ter o diagnóstico precoce é possível retardar sua evolução, e neste caso se inclui o ceratocone e a degeneração da retina relacionada à idade (DMRI).
“Já existem tecnologias e procedimentos que retardam a progressão da doença e que podem, em alguns casos, até evitar o transplante de córnea. Acreditamos que, no futuro, pesquisas com células-tronco possam ajudar a reverter os danos causados por essas doenças”, diz.De acordo com o oftalmologista Leonardo Henrique Beraldo, especialista em córnea e cirurgia refrativa, de Rio Preto, o tratamento clássico sempre foi o transplante de córnea.
Mas, felizmente, novas tecnologias surgiram e hoje já se pode contar com o implante do anel intraestomal associado ao “crosslinking”, que permite aos pacientes recuperação visual favorável e segurança em relação a evolução da doença. “O ‘crosslinking’ corneano é um procedimento usado para a estabilização mecânica e o aumento da rigidez corneana em pacientes com ceratocone, reduzindo a possibilidade de progressão”, diz.
コメント