Do Portal Dr. Visão
O daltonismo, uma deficiência visual que impede o indivíduo de enxergar algumas cores, é hereditário. Está relacionado ao cromossomo (molécula que guarda a informação genética de cada indivíduo) masculino e, por isso, pode ser passado de pai para filho. É uma incapacidade que afeta muito mais os homens do que as mulheres: 8% da população masculina mundial são daltônicos.
Nos Estados Unidos, um dos poucos países que possuem estatísticas a respeito, um a cada doze homens manifesta algum grau dessa deficiência. No sexo feminino, a relação é de um caso para cada 250 mulheres. O problema ainda não tem cura. Segundo o médico Newton Kara José, professor-titular de Oftalmologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Campinas (Unicamp), localizadas no Brasil, somente em vinte ou trinta anos os daltônicos poderão se curar. “A engenharia genética conseguirá localizar a origem exata do problema e o daltonismo simplesmente deixará de existir”, prevê.
Problema está na retina
A retina é uma membrana fina situada no fundo do globo ocular, repleta de fibras nervosas, que recebe e transmite a luz para o cérebro. A luz (solar ou artificial) é composta por diversas cores, as mesmas vistas no arco-íris. Nos daltônicos, alguns raios de luz não chegam à retina com a mesma perfeição de quem enxerga normalmente, dificultando a identificação de certas cores.
Segundo o oftalmologista Newton Kara José, ninguém fica daltônico durante a vida. Quem tem a doença já nasceu com ela. Porém, algumas intoxicações por medicamentos podem causar temporariamente os mesmos sintomas do daltonismo. “Se isso acontecer, o indivíduo deve procurar um oftalmologista com urgência”, esclarece.
Convivendo com a doença
Enquanto a engenharia genética não descobre a cura, os daltônicos precisam conviver com o problema. Dificuldades para perceber o verde e o vermelho são as mais comuns. Alguns daltônicos não conseguem distinguir os amarelos dos azuis e, em casos mais raros, a pessoa não define nenhuma cor. “Chamamos esses diagnósticos graves de daltonismo profundo, quando o paciente enxerga tudo cinza”, diz Newton Kara. “Nunca tratei de um daltônico com esse grau de deficiência no Brasil”, completa. Os daltônicos que dirigem reclamam de dificuldades para identificar se o semáforo está verde ou vermelho. Em algumas cidades do Brasil ainda existem semáforos com todas as luzes posicionadas horizontalmente. A tendência é que sejam substituídos por semáforos verticais, que orientam o daltônico de acordo com a luminosidade. Algumas profissões excluem automaticamente os daltônicos. Entre as mais conhecidas estão os controladores de radar nos aeroportos, pilotos de avião e marinheiros que pretendem conduzir barcos ou navios. Eles não conseguem ler radares com a precisão necessária (vêem tudo cinza) e podem confundir posições por causa da pouca luminosidade das salas ou cabines. O teste do verde e do vermelho O daltonismo foi descoberto pelo químico e físico inglês Dalton John, que também era daltônico, no século XVII. Desde que a doença foi anunciada, os métodos para diagnosticá-la não sofreram grande evolução. Os consultórios oftalmológicos são equipados com placas luminosas verdes e vermelhas. Basta pedir ao paciente que diga qual é a cor acesa para saber se ele é ou não daltônico. Também há testes um pouco mais complexos, com mistura de várias cores e identificação de números.
Comments