Fonte: Tribuna da Bahia
O que muita gente não sabe, e que sofre deste mal, é que o problema das pálpebras caídas não é só estético. Pode prejudicar a visão, portanto, a cirurgia chamada de blefarotomia, que faz a correção, ao ser feita por um oftalmologista, deve ser coberta pelo plano de saúde. E tem mais, no caso de pessoas que possuem a pálpebra inferior caída, ainda podem submeter-se ao procedimento sem corte invasivo. Os detalhes deste tratamento foram explicados pela médica oftalmologista Mirian Minari Vaz.
A especialista afirma que as pálpebras caídas podem prejudicar a visão porque “o excesso de pele provoca o que chamamos de ptose mecânica e com isso deixa aquele aspecto de pálpebras caídas e olhos fechados. Atrapalhando desta forma o campo de visão lateral e superior”. A cirurgia dura em torno de 40 minutos, segundo a oftalmologista, mas só a blefaroplastia superior e em torno de 1h30 quando for as duas superior e inferior. Quanto às dores após o procedimento, ela explica que “não há dor no pós, mas uma sensação de desconforto principalmente ao piscar devido ao edema”. No entanto, acrescenta que “em 6 dias são retiradas suturas, em 30 dias se tem o resultado que é ótimo e a cicatrização continua evoluindo tornando-se imperceptível em aproximadamente 6 meses”, assegurou Vaz. De acordo com a médica, os casos indicados para esta cirurgia são o de perda de campo visual, o de sensação de peso na leitura, e também nos casos que requerem melhora estética. Em relação à cirurgia ser indicada para ser realizada por um oftalmologista e não um cirurgião plástico, a especialista afirma que “o oftalmologista especializado em plástica ocular conhece muito a anatomia local do olho, órbita e anexos. Além de ter a extrema preocupação em manter a fisiologia do piscar, fechar bem os olhos, e evitar ressecamentos graves no futuro”, destaca.
Cobertura de planos Na maioria das vezes, a grande preocupação dos pacientes é em relação à cobertura dos custos, pois muitos podem ter vontade de se submeter à cirurgia, mas equivocadamente acham que o problema pode ser apenas estético. Sobre estas dúvidas, a oftalmologista esclarece que “os planos cobrem a cirurgia nos casos onde há uma ptose associada e comprovadamente com alteração no campo visual. Nos casos estéticos não”. Ela sinaliza que as buscas têm sido grandes em relação ao conforto visual e aos benefícios. “Na maioria das vezes os pacientes procuram as duas coisas juntas e que não se pode generalizar porque cada caso é um caso”, explicou. Mas há aquela velha questão da vaidade, quando começam a aparecer as chamadas bolsas e as pessoas ficam temerosas de, com isto, aparentar mais idade. Desta forma, procuram soluções para o rejuvenescimento, principalmente as mulheres.
Neste aspecto, a especialista assegura que “as expectativas são bem conversadas no pré-operatório para que a paciente entenda que há limitações e não existem milagres. A cirurgia deve acompanhar a estética do resto da face, não deixando a paciente completamente ‘esticada’”. No caso de pessoas que não toleram corte, mas necessitam da cirurgia, o procedimento sem corte só pode ser realizado se for a cirurgia de pálpebra inferior, realizada via transconjuntival (parte interna da pálpebra) podendo assim serem retiradas bolsas sem corte na pele. Indagada sobre o perfil dos pacientes que a procuram para fazer o procedimento, a médica disse não há idade, nem um perfil único de pacientes. “A partir do momento em que está atrapalhando a visão ou incomodando esteticamente há a indicação”, informou. Para uma cirurgia deste porte as contraindicações nomeadas pela oftalmologista ocorrem “quando a expectativa do paciente é irreal, quando há alguma patologia ocular específica (tipo olho seco severo), ou algum problema clínico que impeça o ato cirúrgico”, concluiu.
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