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Problemas que afetam a visão do motorista idoso

O nosso país conta com mais de 12 milhões de motoristas ativos acima de 61 anos. O Código Brasileiro de Trânsito prevê a idade inicial de concessão da habilitação para a direção veicular, que é de 18 anos, mas não determina um limite para encerrar tal atividade. Dirigir um veículo de forma segura não é um procedimento tão simples, porque o motorista depende de três funções básicas:

  1. A cognitiva, que é ligada ao raciocínio, entendimento, memória, comunicação, atenção, concentração e respostas imediatas;

  2. A motora, que responde pela liberdade de movimentos, rapidez, força, agilidade, coordenação;

  3. A sensório-perceptiva, que envolve a sensibilidade tátil, visão, audição e percepção.

Existem outros fatores de risco no ato de dirigir, relacionados ao meio ambiente ou ao estresse, que interferem no organismo, podendo causar distúrbios agudos e processos degenerativos que repercutem sobre a direção.

Enxergar bem é primordial para conduzir um veículo, visando à segurança de quem conduz e de todos que estão à volta. Para controle desse aspecto, é obrigatória a realização de exame oftalmológico por médicos ligados à Associação Brasileira de Medicina de Trânsito. Motoristas com idade até 65 anos, devem renovar o exame a cada cinco anos; acima desta idade, a periodicidade é de três anos. Em relação à categoria profissional da CNH, há para o idoso a exigência de visão máxima, em ambos os olhos; caso seja detectado o contrário, ele só poderá ter a concessão na categoria de motorista amador.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 50% das pessoas com idade entre 65 e 74 anos têm catarata; o número aumenta para quem tem acima de 75 anos (75%). Esta patologia é a principal causa de cegueira tratável nos países em desenvolvimento. Existem 161 milhões de deficientes visuais no mundo, e a catarata é responsável por 47,8% de todos os casos (dados da OMS). As dificuldades visuais provenientes da catarata têm potencial de interferir na realização de algumas atividades e podem levar à diminuição da acuidade visual, aumentando os riscos de acidente no trânsito. Além disso, a opacificação do cristalino pode diminuir a sensibilidade ao contraste e redução do campo visual, resultando no aumento dos riscos, mesmo quando o problema acomete apenas um olho.

Segundo estudos, motoristas com catarata tem risco de 2,5 vezes maior de se envolver em acidentes de trânsito, com relação aos que não tem o problema. A acuidade visual, sensibilidade ao contraste e recuperação ao ofuscamento tendem a reduzir em pacientes que passaram por cirurgia.

De acordo com artigo publicado no site da Abramet, dificuldades para dirigir à noite ou ao entardecer e estimar distâncias decresceram de 82% no pré-operatório para 5% no pós-operatório de pacientes que se submeteram à cirurgia de catarata.

No caso da perda de fibras retinianas periféricas, o campo visual diminui até se tornar “tubular”, características de estágio avançado da doença. Essa diminuição visual periférica limita a percepção visual, causando prejuízo à direção veicular. O glaucoma é a principal causa de diminuição de campo visual em idosos. Em relação ao trânsito, pode aumentar o número de acidentes porque o motorista com glaucoma pode não enxergar outros carros, ciclistas e pedestres que estejam no campo da visão periférica. Porém, se a doença foi diagnosticada de forma precoce, é provável que o paciente possa continuar dirigindo, principalmente se não apresentar perda significativa no campo visual.

A descoberta prematura do problema possibilita que o oftalmologista indique um tratamento apropriado, desacelerando a progressão da doença. É importante que o portador de glaucoma perceba as suas limitações quando for necessário dirigir, e peça ajuda com o intuito de preservar a segurança de todos, nas ruas e estradas, inclusive a dele. Alguns sinais podem ser percebidos, apontando para o momento de parar de dirigir e buscar apoio:

  1. No caso de perda da visão lateral, pois dificulta a visão e a reação imediata, no caso de obstáculos na estrada/rua;

  2. Sensibilidade à luz, quando o condutor leva mais tempo para se acostumar com a luz do sol ou o brilho dos faróis à noite;

  3. Quando a visão fica turva, por ser complicado perceber imagens claras e movimento. Como exemplo: uma pessoa atravessando a rua ou outros carros passando;

  4. No caso de acidentes, é sempre importante reavaliar a capacidade de dirigir com segurança.

Esses são os casos mais comuns. Entretanto, outras doenças oculares também afetam a capacidade de dirigir com segurança, como a Degeneração Macular Relacionada à Idade e Retinopatia diabética. O ideal é fazer consultas regulares com o oftalmologista para melhor avaliação da capacidade visual e, consequentemente, de dirigir. (fonte CBO)

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