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Foto do escritorInstituto Clóvis Paiva

Quando o assunto é óculos de sol, o barato pode sair caro

Do Portal Bem Parana

Assim  como maiôs, biquínis e sungas, os óculos escuros estão entre os  acessórios que as pessoas mais gostam de adquirir quando chega a  temporada de sol. Seja para estar na moda,  seja porque os óculos atuais estão desgastados, é preciso ter um mínimo  de informação para não investir num artefato que pode prejudicar a  visão, ao invés de proteger contra os raios ultravioleta, agressivos aos  olhos.

De  acordo com o oftalmologista Dr Renato Neves, os óculos de sol sem boa procedência não  oferecem garantia de proteção UV, não passam por tratamento antirrisco,  antirreflexo ou polarização. Tem mais: a irregularidade da superfície  das lentes pode causar desconforto visual, dor de cabeça e astigmatismo –  deformidade da córnea que torna a visão desfocada para perto e para  longe.

“Desconfie  das lojas que oferecem óculos de sol a preços populares, porque as  lentes podem não ser de boa procedência. Por consequência, fuja das  bancas de camelôs e tome cuidado dobrado ao comprar via internet. Nesse  caso, explore todo o site, a qualidade dos produtos que oferece e,  inclusive, os testemunhos de quem comprou antes de você. É importante  que o acessório tenha o selo holográfico da Abióptica, que garante sua  procedência”, diz.

Na  opinião do médico, o uso de óculos de sol é, antes de tudo, uma questão  de prevenção. “Com o nível de informação globalizada que temos hoje em  dia, as pessoas não deveriam sair de casa sem antes passar protetor  solar e colocar bons óculos de sol, mesmo em dias nublados. A escolha  correta dos óculos escuros é tão decisiva para a saúde dos olhos que é  mais prejudicial usar essas réplicas ilegais de marcas famosas do que  não usar nada”.

A  exposição aos altos índices de UV, de acordo com o oftalmologista,  também provoca degeneração macular – doença que afeta a parte central da  retina, membrana posterior dos olhos onde as imagens são transmitidas  para o nervo óptico. A doença é mais comum em pessoas de olhos claros e  também pode estar relacionada às alterações na circulação, que matam as  células da retina. Ainda não existe tratamento eficaz para alterações  retinianas. Por isso, a prevenção com lentes protetoras ainda é o melhor  remédio.

Outra  dica do especialista é não comprar por impulso. “Nesses casos, quem  toma decisões rápidas, adquirindo um par de óculos somente porque  combinou com o visual do momento, quase sempre acaba se arrependendo.  Geralmente, a pessoa acaba percebendo tarde demais que os óculos são  pesados, ou pequenos, ou grandes, ou coloridos demais para seu rosto.  Por isso, é preciso que a compra seja realizada com tempo e com cautela,  levando em consideração também suas características pessoais”.

A cor de lente certa para você

“Na  hora de escolher seus óculos de sol, evite as lentes pretas, dando  preferência a uma cor que favoreça suas atividades e sua visão”, diz  Renato Neves – que indica as mais usadas:

Cinza – São usadas para várias atividades, fazendo com que o usuário sinta-se à vontade e confortável.

Ãmbar e castanho – São indicadas para dirigir, já que oferecem uma boa noção de contraste e profundidade.

Verde – As lentes verdes filtram pouca luz azul, mas oferecem melhor visão de  contraste. É a cor mais adequada para a população acima dos 60 anos,  período em que começamos a perder a visão de contraste.

Púrpura– São a melhor opção para quem pratica esqui ou caça, porque aumentam a  visão de contraste em ambientes com fundo azul ou verde.

Amarela – As lentes amarelas bloqueiam a luz azul e reduzem o ofuscamento de  motoristas no lusco-fusco do entardecer. Entretanto, são inadequadas  durante o dia, já que reduzem a visão de contraste em ambientes com  muita luminosidade.

Sete dicas para proteger a visão das crianças

Muitos  pais ainda negligenciam a visão de seus filhos. Pior ainda: há quem  compre para as crianças óculos de plástico baratinho, que, além de não  proteger contra os raios ultravioletas, ainda podem acabar prejudicando a  visão e acarretando dor de cabeça e mal-estar. Estudos revelam que esse  descuido também pode aumentar o risco de desenvolverem catarata e  degeneração macular com o tempo. Renato Neves aponta sete dicas para  acertar na escolha dos óculos de sol infantis:

– Não negligencie a visão do seu filho. Invista em óculos de sol com 100% de proteção UV;

– Confira  se os óculos de sol se ajustam perfeitamente ao rosto da criança. Para  que ela sinta-se confortável, é preciso não apertar demais nem ter de  ficar segurando os óculos com receio de caírem;

– Seja paciente. Crianças podem levar um pouco mais de tempo do que os adultos para se adaptarem à novidade. Depois vão adorar;

– Opte  por lentes mais resistentes a quedas e riscos. O objetivo principal é  proteger os olhos sem limitar os movimentos da criança;

– Se  a criança pratica esportes ou costuma brincar de correr com os colegas,  considere armações apropriadas, que são presas à nuca;

– Crianças que usam óculos de grau devem ter também a prescrição de um modelo similar de sol;

– Adolescentes  que fazem uso de lentes de contato não precisam de receita para comprar  óculos de sol, mas devem usar ambos em lugares abertos.

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