Do site Oftalmed
Mesmo com o teste do olhinho logo depois do nascimento, os pais precisam ficar atentos à saúde ocular dos filhos durante toda a infância. A visita ao oftalmologista deve ocorrer anualmente. “Uma criança pode ser completamente saudável no aspecto físico, mas ter problemas sérios nos olhos”, alerta Dr. Sebastião Ferreira Neto.
Uma disfunção bastante comum é a ambliopia, quando um olho enxerga melhor do que o outro. “Quando há essa diferença de grau, o olho mais fraco precisa ser estimulado. Se isso não ocorre, a pessoa chega na idade adulta enxergando muito pior. E não há como reverter esse quadro, porque já passou a fase em que o cérebro faz conexões com o sentido da visão”, detalha o oftalmologista.
A regra da visita anual ao médico vale também para os adultos. A administradora Ana Laura Coimbra, 62 anos, procura um especialista com frequência para acompanhar a pressão ocular. “Não sinto dor e não tenho sintomas, mas isso pode virar um glaucoma. Já cheguei a vir ao oftalmologista de três em três meses”, conta Ana Laura.
Outra doença “silenciosa” — e que é a principal causa de cegueira entre os adultos — é a retinopatia diabética. Nos portadores de diabetes, a glicemia elevada destrói os vasos da retina lentamente. “É como se a gente colocasse água salgada no encanamento de ferro de uma casa. Com o passar do tempo, o encanamento fica enferrujado, provocando obstrução dos vasos”, compara Sebastião Neto. O aposentado Alberto Francisco do Carmo, 67 anos, sentiu os efeitos da doença. Diabético desde 1982, ele descobriu a retinoplastia em 2002. “Na época, o meu oftalmologista não percebeu a doença. Só foi diagnosticada quando eu estava com 85% da visão do olho direito prejudicada”, lembra. O problema foi revertido depois de disciplina na dieta, prática de exercícios físicos e visitas regulares a um especialista.
O “monitoramento” da visão é, segundo os médicos, a única forma de garantir a saúde ocular. O problema é que a maioria das pessoas só vai ao oftalmologista quando está com dificuldades para enxergar. “A coisa menos importante é a necessidade de colocar grau ou não. O mais grave são as doenças que não têm sintomas aparentes”, alerta Sebastião. “E isso fica ainda mais sério com o passar do tempo, quando o olho começa a perder seus mecanismos de defesa”, completa o médico Celso Boianovsky. 1 – Profissões diferentes Muitas pessoas confundem oftalmologista com oculista. Esse último é o profissional que trabalha em óticas, com a produção de óculos. Somente o oftalmologista, porém, tem autorização para fazer diagnósticos e indicar tratamentos, mesmo que seja o uso de lentes.
As principais vilãs
Catarata Ocorre quando há opacidade do cristalino, a lente dos olhos. É identificada por um reflexo esbranquiçado na pupila. O tratamento inclui a retirada do cristalino e a indicação de lentes ou óculos. Em crianças a partir dos 2 anos, já é possível colocar uma lente permanente no local.
Glaucoma A doença só começa a dar sinais em estágios mais avançados, quando o olho lacrimeja e fica vermelho. Para tratamento, os médicos fazem uma cirurgia para drenar o excesso de líquido no olho e, assim, estabilizar a doença. O dano ao nervo óptico, no entanto, é irreversível.
Tumores Embora não sejam muito comuns, também são diagnosticados em exames de fundo de olho. Dependendo do caso, o tratamento é feito com placas radioativas, medicamentos ou cirurgias.
Doenças vasculares Os vasos da retina são como os do cérebro, “desenhados” para permitirem a passagem apenas do necessário ao sistema como um todo. Quando há alguma deficiência nessa “organização”, a parede dos vasos é destruída, provocando vazamento de líquidos.
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